Com as chuvas previstas para outubro em várias regiões do Estado, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) alerta a população para os riscos de leptospirose, uma doença infecciosa e grave que pode levar à morte. A leptospirose é uma doença febril aguda transmitida pela exposição direta ou indireta à urina de animais, especialmente de ratos infectados pela bactéria Leptospira. Segundo dados do Sistema de Agravos de Informação de Notificação (Sinan Net), do Ministério da Saúde, de janeiro a 16 de outubro deste ano, foram registrados 1.435 casos suspeitos no Estado, com 237 confirmações. Dentre esses casos, 15 resultaram em óbito. No mesmo período do ano passado, houve 1.686 notificações, 325 confirmações e 43 óbitos. Durante todo o ano de 2022, foram contabilizados 2.104 notificações, 433 confirmações e 50 mortes.
“Levando em conta as condições climáticas que propiciam a disseminação da bactéria no ambiente, cresce a preocupação com o surgimento de casos novos de leptospirose. Esse é um momento que exige atenção redobrada da população, pois a doença pode evoluir rapidamente para quadros graves, com comprometimento dos rins, hemorragias e até levar à morte, por isso todo cuidado é necessário”, afirmou o secretário de Estado da Saúde em exercício, César Neves.
Nos casos mais graves da doença, é comum haver icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos), exigindo cuidados intensivos, muitas vezes em regime de internação hospitalar. Outras complicações graves incluem hemorragias, meningite, insuficiência renal, hepática e respiratória, que podem levar ao óbito. Conforme a Divisão de Vigilância de Zoonoses e Intoxicações (DVVZI) da Sesa, é fundamental o fortalecimento das ações de prevenção e controle da leptospirose durante a primavera e o verão. Como não há vacina contra a leptospirose no Brasil, medidas preventivas são essenciais. Entre elas, destacam-se lavar bem os alimentos, ter atenção à qualidade da água ingerida e evitar o acúmulo de entulhos em quintais e terrenos baldios.
No período de chuvas, a Divisão de Vigilância de Zoonoses orienta a população a evitar contato direto com alagamentos e água possivelmente contaminada. A atenção com as crianças é crucial, já que nadar ou brincar em áreas contaminadas, como lagos e córregos, aumenta o risco de transmissão. Após a água recuar, é importante retirar a lama e desinfetar o local, lavando pisos, paredes e bancadas com hipoclorito ou água sanitária. Sempre que possível, utilize botas e luvas de borracha para evitar o contato da pele com materiais contaminados. Além disso, como forma de combater a presença de roedores, oriente-se a manter alimentos e rações bem protegidos, deixar as cozinhas limpas, eliminar entulhos e restos de comida, armazenar o lixo em sacos bem fechados e em locais elevados até a coleta.
SINTOMAS – Os sintomas iniciais da leptospirose incluem febre, falta de apetite, dores musculares – principalmente na panturrilha –, dores de cabeça, náuseas e vômitos. Diante desses sinais, recomenda-se procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) para avaliação médica e tratamento adequado. Nos casos mais graves, podem ocorrer complicações como amarelamento da pele e olhos, tosse seca, falta de ar, insuficiência renal e hemorragias.