Casos de desaparecimentos de pessoas acontecem todos os dias, em todos os lugares do Brasil. Na região, são cerca de 20 registros de desaparecimentos que ainda constam no site da Polícia Civil. Campina Grande do Sul tem nove pessoas desaparecidas; Quatro Barras tem quatro; Bocaiúva do Sul, quatro; Adrianópolis tem três casos e Tunas do Paraná, um. A boa notícia é que nos últimos dois anos os casos de desaparecimento de crianças (até 12 anos) foram 100% solucionados no Paraná.
A delegada Iara Dechiche, da Delegacia de Proteção à Pessoa (DPP), lembra que o familiar deve fazer o registro de desaparecimento assim que notar a falta suspeita da pessoa. “Não é necessário esperar 24 horas. O Boletim de Ocorrência pode ser registrado pelo site www.delegaciaeletronica.pr.gov.br, mas é importante que após isso, o familiar vá até a delegacia mais próxima de sua casa com uma foto atualizada da pessoa desaparecida”.
Os casos mais antigos de desaparecimento sem solução na região são os de Ketlyn Soares Raimundo, que desapareceu no dia 27/10/2013, aos 12 de idade, e de Felisberto Lopes Rodrigues, que desapareceu no dia 04/06/2013, aos 72 anos de idade; ambos de Campina Grande do Sul. Os mais recente é Clara Cristina dos Santos Alves, que desapareceu no dia 02/06/2019, aos 12 anos de idade, em Campina Grande do Sul. O único caso de criança, que ainda não foi solucionado nesses municípios, é o do menino João Rafael Santos Kovalski, que desapareceu no dia 25/08/2013, em Adrianópolis.
A delegada Patrícia Nobre, do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride), explica que com a foto que o familiar leva até a delegacia, a polícia faz um cartaz, para iniciar as buscas. “Os nossos policiais trabalham 24 horas por dia, o sistema é totalmente interligado, então quando há casos de crianças desaparecidas, por mais que a pessoa faça o boletim na delegacia mais próxima de sua casa, nós do Sicride já ficamos sabendo e iniciamos as buscas, por isso é muito importante acabarmos com a informação errada de que é necessário esperar 24 horas do desaparecimento para avisar as autoridades policiais”.
Segundo ela, os casos de desaparecimento de crianças acontecem na tenra idade, até por volta dos três anos, ou perto da adolescência. “Nós observamos que em crianças pequenas, os casos são recorrentes em regiões interioranas e próximas a rios ou lagos. Em crianças chegando à adolescência, os casos, geralmente, estão ligados às redes sociais, quando a criança combina de fugir com alguém que está em contato ou quando há cenário de agressão ou abusos na família. Por isso, pedimos que os pais fiquem atentos com as crianças menores a todo momento e que observem o comportamento dos filhos maiores. É importante saber com quem o seu filho conversa na rede social, como está o estado emocional dele e conversar com o filho”. Ainda conforme a delegada, nesta época do ano, acontecem muitos casos de desaparecimento no litoral.
“Temos a felicidade de, nos últimos dois anos, ter solucionado 100% dos nossos casos de crianças desaparecidas. Estamos trabalhando principalmente na prevenção e na geração de dados estatísticos para gerar estudos sobre o assunto, a fim de reduzir cada vez mais o número de pessoas desaparecidas em nosso estado”.
Sobre a divulgação de informações das pessoas desaparecidas nas redes sociais, ela lembra que quem está divulgando deve ter a certeza de que a informação veio de um órgão oficial. “A divulgação de informações da pessoa que está desaparecida é importante principalmente na localidade onde aconteceu o fato. Mas, é preciso tomar cuidado com o que se divulga. Se certifique: que o cartaz é o que foi produzido pela polícia e se a pessoa ainda está desaparecida. Isso é essencial, pois as correntes falsas ou de pessoas já encontradas só dificulta o nosso trabalho”.
A lista completa dos desaparecidos pode ser acessada pelo site https://www.desaparecidos.pr.gov.br/desaparecidos/.