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Casos de sarampo sobem no Brasil, e Ministério da Saúde reforça alerta de vigilância

O Ministério da Saúde emitiu um alerta para que estados e municípios intensifiquem a vigilância e as ações voltadas a indivíduos com sintomas de sarampo. Até a Semana Epidemiológica 38 (de 29 de setembro a 5 de outubro), foram confirmados 34 casos da doença em 2023. A preocupação da pasta é evitar a reintrodução do vírus no país. Entre os casos confirmados, nove decorrem de pessoas retornando do exterior, 22 tiveram contato com indivíduos infectados fora do Brasil e três são geneticamente compatíveis com vírus em circulação em outros países. Atualmente, os estados do Tocantins, Maranhão e de Mato Grosso são classificados como em surto de sarampo.

A diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Ballalai, atribui o retorno do sarampo no país à baixa cobertura vacinal. “Os casos importados aconteciam, tanto um estrangeiro vindo para cá, quanto um brasileiro que viajou e voltou com sarampo, porém, a situação era resolvida porque a nossa vigilância era boa. O sarampo antes entrava e encontrava todo mundo vacinado e não causava surto. Agora ele chega e encontra várias pessoas suscetíveis,” explicou a especialista.

No Tocantins, o surto começou em julho no município de Campos Lindos, no nordeste do estado, após o retorno de quatro brasileiros da Bolívia. A comunidade afetada registra um baixo nível de vacinação, o que facilitou a transmissão. No Maranhão, apenas um caso foi confirmado: uma mulher de 46 anos, não vacinada, residente de Carolina, que teve contato com moradores de Campos Lindos. Esses dois municípios estão localizados na divisa entre os estados do Maranhão e Tocantins. Em Mato Grosso, o surto teve início em Primavera do Leste, onde três integrantes de uma mesma família não vacinada contraíram a doença após viajarem à Bolívia.

Dados da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) apontam que, em 2024, a cobertura vacinal de tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) no Brasil alcançou 95,7% na primeira dose, mas caiu para 74,6% na segunda. Em 2025, os índices recuaram para 91,2% na primeira dose e permaneceram em 74,6% na segunda, abaixo da meta de 95%. Segundo o Ministério da Saúde, esses números indicam a vulnerabilidade do país ao sarampo e reforçam a importância de ampliar a vacinação. Isabella Ballalai esclareceu que o problema vai além da média nacional. “As coberturas estão no limite, na meta. Mas o que acontece aqui no Brasil, em razão do nosso tamanho, é que não há homogeneidade das coberturas vacinais nos municípios. Se você olha as coberturas vacinais dentro do estado, são realidades muito diferentes. No Rio de Janeiro, por exemplo, a cobertura da cidade é boa, mas, quando olhamos a cobertura do estado, já se tornou a segunda mais baixa do Brasil.” A falta de percepção de risco também é vista como um desafio. “A ciência do comportamento mostra que, se você não vê risco, pode estar na primeira página do jornal que ‘eu não ligo’. Agora, se eu vejo o risco e estou vendo todo mundo correndo para o posto, ‘eu vou também’. Aconteceu com a febre amarela, que a cobertura vacinal no Brasil era de 40%. De repente, surto de febre amarela, morte de febre amarela, jornal, televisão… eram filas,” destacou Isabella.

No contexto internacional, dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que, de janeiro a 9 de setembro deste ano, foram registrados 360.321 casos suspeitos de sarampo, com 164.582 confirmações, distribuídos por 173 países. As regiões com os maiores números de casos foram o Mediterrâneo Oriental (34%), África (23%) e Europa (18%). Na América, foram confirmados 11.691 casos, incluindo 25 mortes em dez países. O Canadá (5.006), México (4.703) e Estados Unidos (1.514) lideraram os registros. Na América do Sul, a Bolívia reporta 320 casos, enquanto o Paraguai contabiliza 50 e o Peru quatro. Na Argentina, houve um surto com 35 casos confirmados.

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