Entre janeiro de 2023 e outubro deste ano, o custo das internações no Brasil por melanoma – considerado o tipo de câncer de pele mais agressivo – chegou a R$ 4,6 milhões. O levantamento, realizado pela Planisa em parceria com o DRG Brasil, analisou 2.537 altas hospitalares em unidades públicas e privadas do país, com permanência média de 1,9 dia.
A pesquisa aponta que a faixa etária predominante foi de pacientes com idade entre 60 e 69 anos, que somaram 26,30% do total, seguidos pelo grupo de 70 a 79 anos, responsável por 25,14%. A distribuição por gênero ficou equilibrada, com 50,61% de mulheres e 49,39% de homens.
Outro ponto abordado foi a complexidade assistencial das altas. O estudo mostrou que 89% ocorreram no nível 1 de severidade, o que indica baixa complexidade clínica. Nos níveis 2, 3 e 4, que demandam maior cuidado e recursos, os percentuais foram de 6,9%, 1,42% e 1,66%, respectivamente. Além disso, 37,68% dos pacientes foram atendidos em hospital-dia com permanência de até 12 horas, enquanto 14,62% ficaram entre 12 e 24 horas.
De acordo com a pesquisa, os números reforçam a importância de triagens eficazes para encaminhar casos menos graves à atenção primária ou a ambulatórios especializados. Isso possibilitaria a otimização de recursos hospitalares para pacientes que demandam alta complexidade.
Dados do Ministério da Saúde revelam que, no Sistema Único de Saúde (SUS), foram registrados 28.354 atendimentos relacionados ao melanoma entre janeiro de 2023 e julho de 2024. Desse total, 10.298 foram cirurgias oncológicas – 6.276 em 2023 e 4.022 entre janeiro e julho de 2024; 8.107 foram sessões de quimioterapia – 5.113 em 2023 e 2.994 em 2024; e 9.949 radioterapias – sendo 5.994 realizadas em 2023 e 3.955 em 2024.
Quanto ao câncer de pele não melanoma, o SUS registrou, no mesmo período, 110.526 atendimentos. Foram realizadas 99.713 cirurgias oncológicas – 59.345 em 2023 e 40.368 entre janeiro e julho de 2024; além de 1.192 sessões de quimioterapia – sendo 729 em 2023 e 463 em 2024; e 9.621 radioterapias – 5.758 no ano passado e 3.863 entre janeiro e julho deste ano.
Os dados reforçam a relevância de políticas públicas e triagens adequadas para garantir o tratamento eficiente dos pacientes, otimizando os recursos disponíveis no sistema de saúde.