O Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR) reforça a importância de medidas preventivas para evitar afogamentos em piscinas, um tipo de acidente comum, especialmente com crianças pequenas. A capitã Luisiana Guimarães Cavalca explica que a supervisão constante de um adulto é determinante para evitar tragédias. “A maioria dos casos em piscinas envolve crianças muito pequenas, que ainda não sabem nadar e que estão próximas da água para pegar um brinquedo ou simplesmente brincando. Elas podem se aproximar sem perceber o risco, cair e, se não houver um adulto por perto, acabam se afogando”, alerta. Manter o telefone de emergência 193 em local visível e acessível também é altamente recomendado.
A capitã enfatiza que deixar crianças sozinhas ou sob o cuidado de outras crianças é extremamente arriscado. “O responsável deve estar preferencialmente dentro da piscina com a criança, sempre a um braço de distância. Assim, se houver qualquer ação insegura ou início de afogamento, o resgate é imediato”, orienta. Além disso, o adulto designado para supervisionar não deve consumir álcool, pois isso reduz a capacidade de reação. Outro ponto de atenção é evitar brinquedos na borda ou dentro da piscina, pois podem atrair crianças pequenas e aumentar o risco.
Controlar o acesso à piscina também é essencial. “É fundamental ter cerca, grade, portão com trava ou lona resistente cobrindo a piscina quando não estiver em uso. Isso evita que a criança alcance a água sem supervisão”, reforça a bombeira. Ela adverte que objetos infláveis como boias de braço e circulares oferecem uma falsa sensação de segurança, podendo escorregar ou virar. “Se optar por usar equipamentos de flutuação, eles devem ser homologados pela Marinha e garantir que a criança mantenha a cabeça fora da água”, destaca. A capitã também frisa os riscos de brincadeiras perigosas, como saltos da borda da piscina. “Já vimos casos de adolescentes que sofreram lesões irreversíveis por mergulhos arriscados. Crianças e adolescentes não têm plena noção do risco. É preciso vigilância permanente”, afirma. Ela ainda alerta os adultos sobre o consumo de bebidas alcoólicas, que comprometem as funções motoras e aumentam as chances de acidentes.
Em piscinas coletivas, como em clubes e condomínios, é fundamental respeitar as orientações dos guarda-vidas e garantir o acesso controlado, permitindo a entrada de crianças apenas acompanhadas de adultos. Além disso, é indispensável a instalação de ralos antissucção para evitar que cabelos ou roupas fiquem presos. “Já houve casos em que a criança não conseguiu emergir porque o cabelo ficou preso no ralo. Piscinas devem contar com ralos antissucção ou, no caso de sistemas de sucção, um botão de parada de emergência”, explica a capitã.
Caso alguém seja encontrado submerso, os bombeiros orientam que o resgate comece imediatamente. Retire a pessoa da água, posicione-a virada para o lado direito para facilitar a saída da água, e ligue para o 193. Se ela não expelir a água, inicie massagem cardíaca e ventilação caso saiba executar a técnica. “O tempo de resposta é decisivo e a ligação ao 193 deve ser feita enquanto se inicia o socorro. O bombeiro orienta passo a passo até a chegada da equipe médica”, esclarece a capitã. Aprender manobras de reanimação cardiopulmonar também é crucial. “Esse conhecimento distribui o oxigênio residual das células para órgãos importantes, como o cérebro, e mantém a circulação sanguínea até a chegada do atendimento especializado. Esse conhecimento salva vidas”, conclui.
Recomendações dos bombeiros:
• Supervisão constante de um adulto com crianças, nunca de outra criança ou adolescente; o adulto deve estar preferencialmente dentro da piscina e a um braço de distância.
• Evitar o consumo de álcool por adultos responsáveis pela supervisão.
• Instalar cercas, grades, portões com trava ou lonas resistentes para restringir o acesso à piscina.
• Não deixar brinquedos na borda ou dentro da piscina, para evitar que chamem a atenção das crianças.
• Usar apenas equipamentos de flutuação homologados pela Marinha, como coletes torácicos e braçadeiras firmes.
• Em piscinas coletivas, respeitar as orientações de guarda-vidas e controlar acesso nos condomínios.
• Priorizar a instalação de ralos antissucção ou botões de parada emergencial no sistema de sucção.
• Em caso de afogamento, retirar a pessoa da água, ligar para 193, posicionar o corpo de lado e iniciar massagem cardiorrespiratória, caso necessário.
• Redobrar os cuidados com adolescentes e evitar brincadeiras ou saltos perigosos na piscina.







