A Polícia Civil de Quatro Barras prendeu nesta segunda-feira (2) um homem de 39 anos suspeito de manter a companheira em cárcere privado e submetê-la a agressões físicas e psicológicas por vários dias. O caso ganhou repercussão após ser divulgado pelo telejornal Meio Dia Paraná, da RPC, afiliada da TV Globo.
De acordo com a investigação, os crimes teriam ocorrido principalmente no fim de semana do Dia das Mães, quando o casal — que morava em uma área rural do município — retornava a pé de uma comemoração na cidade. Durante o trajeto de cerca de 12 quilômetros, a vítima, de 41 anos, foi brutalmente agredida e ameaçada. Já em casa, ela tentou fugir pelos fundos da chácara, mas foi impedida pelo agressor, que ainda tomou seu celular e a agrediu com ainda mais violência.
Segundo o relato prestado à polícia, o homem chegou a arrastá-la pelos cabelos até uma fogueira acesa nas proximidades da residência. Ferida, ela passou a noite ao relento e só conseguiu pedir ajuda no dia seguinte, quando o companheiro permitiu que fosse até a casa de um vizinho para realizar uma faxina. Foi nesse momento que ela aproveitou para pedir socorro. A chegada do agressor ao local foi rápida, mas os vizinhos agiram prontamente, acionando a polícia e o resgate. A mulher foi encaminhada ao hospital, onde permaneceu internada por uma semana devido à gravidade dos ferimentos.
A delegada Gessica Feitosa Moraes Andrade, responsável pelo caso, informou que, inicialmente, o homem foi preso em flagrante, mas acabou sendo liberado em audiência de custódia, com uso de tornozeleira eletrônica, uma vez que a vítima ainda estava hospitalizada e não havia prestado depoimento formal. No entanto, assim que a mulher recebeu alta e compareceu à delegacia, a Polícia Civil solicitou a prisão preventiva, baseada na gravidade do relato e nas lesões identificadas.
O suspeito foi localizado na manhã desta segunda-feira no Terminal do Barreirinha, em Curitiba, quando se dirigia novamente a Quatro Barras. Ele foi detido e segue agora à disposição da Justiça.
A vítima relatou que o relacionamento durava cerca de dois anos e que, apesar de nunca ter sido agredida fisicamente antes, sofria ameaças verbais constantes. O agressor possui antecedentes por ameaça, importunação sexual e roubo.
A Polícia Civil prossegue com as investigações, ouvindo testemunhas e buscando imagens de câmeras de segurança que possam esclarecer o trajeto percorrido pelo casal. A mulher segue recebendo cuidados médicos e acompanhamento especializado devido às múltiplas lesões ainda visíveis.
