Na tarde de terça-feira (10) o União Metropolitana teve uma tarde muito especial com os alunos do Colégio Estadual Bandeirantes em Campina Grande do Sul. Além de conhecerem a história do jornal – que está no 26º ano de circulação ininterrupta – os estudantes aprenderam sobre a rotina do jornalístico e fizeram algumas perguntas.

A ida da equipe do União até o colégio se deu pelo convite da professora de língua portuguesa Ana Julia Tonett. No encontro, foi apresentada a forma que o jornal trabalha com a distribuição das pautas, entrevistas e coleta de informações, bem como a edição, diagramação das páginas, arte-final e impressão na gráfica.

A visita começou com a apresentação da história do jornal, com a mostra dos primeiros exemplares físicos do jornal aos estudantes quando o impresso ainda era em preto e branco e no formato tabloide. Na ocasião, o jornalista Adilson Santos apresentou algumas das editorias que tornaram o jornal reconhecido na comunidade, como a coluna “Nossa Gente”, extinto “Museu da Pessoa” e a série de reportagens “Frio na Espinha”, sucesso editorial dos anos 2000, em que eram relatadas histórias de lugares considerados mal-assombrados na região.

O diretor-presidente do União, Elizio Siqueira, falou sobre a importância do jornal impresso e quanto esse meio de comunicação é visto com credibilidade, principalmente em municípios menores da região metropolitana. Dentro da mostra física levada para a sala de aula, uma máquina de escrever utilizada na produção das primeiras edições do União foi apresentada aos estudantes. O momento que chamou a atenção dos alunos foi quando o diretor do jornal fez a demonstração de como era a produção de uma notícia no equipamento. A apresentação rendeu aplausos dos alunos, já que para a turma foi uma verdadeira viagem na história do jornalismo impresso.

Durante o bate-papo, os estudantes fizeram perguntas ao jornalista Adilson Santos e ao diretor Elizio Siqueira. Entre os questionamentos estavam como é feito a distribuição das notícias do impresso para o portal e de onde vem o lucro financeiro do jornal, que se dá por meio da captação de anúncios de empresas locais, além de prefeituras e Governo do Estado.

A turma acompanhou ainda a exibição de um vídeo que mostrou todo o processo de impressão do jornal, a partir do envio digitalizado do material para a gráfica até o trabalho final de corte e chegada do jornal às mãos dos leitores.

Pelo menos duas alunas do grupo afirmaram que desejam ser jornalistas, uma delas é Gabriella Garcia. Questionada pelo jornalista Adilson Santos do motivo que escolheria a profissão, a estudante respondeu que vê o jornalismo como uma possibilidade de vivenciar diferentes histórias e aprender sobre muitos assuntos. A aluna Ana Julia de Lima Melo também disse ter interesse em seguir na carreira, ela produziu um jornal com matérias especiais sobre as Olimpíadas.

Ao final do evento, a professora Ana Julia Tonett destacou a importância da leitura na hora de escrever. O comentário foi endossado pelo jornalista Adilson Santos que afirmou que aqueles alunos que desejam ter uma boa escrita precisam ter o hábito de ler bons livros, jornais e revistas.

A notícia sob o olhar dos estudantes

O colégio produz o jornal Folha Bandeirantes, no qual os alunos têm experiências na produção de textos que são veiculados no periódico. O material é idealizado pela professora de língua portuguesa, Ana Julia Tonett, que viu no jornalismo uma oportunidade de promover o protagonismo não só dos estudantes, como também dos professores e servidores da instituição.

“Eu acredito que a literatura e a escrita têm um poder extraordinário na vida dos estudantes, o problema é que muitos não exploram essa capacidade. Dentro do jornal eu busco trabalhar a independência deles, eles possuem as próprias responsabilidades e eu os auxilio dentro do processo, mas as ideias das matérias e do que será publicado é tudo fruto da criatividade deles”, explica a professora.

O jornal traz reportagens sobre as atividades da escola, crônicas e ilustrações, todas elaboradas pelos alunos sob a orientação da professora Ana Julia Tonett. Segundo a professora, a atividade incentivou o desenvolvimento das habilidades de escrita e pesquisa, além de oferecer uma plataforma para que os estudantes expressassem suas perspectivas e interesses.

“Em cada edição que postamos a evolução deles é perceptível, tanto na escrita quanto na sociabilidade com os colegas. Tem sido emocionante para mim como professora presenciar tanta dedicação e amor por parte deles nas produções, sinto um imenso orgulho de todos que fazem parte desse projeto, desde alunos, pais que estão sempre presentes nas edições e da equipe diretiva e pedagógica que sempre nos apoiou desde o início do projeto”.

Para elaboração do conteúdo, os alunos são responsáveis por criar pautas, pesquisar, escrever roteiros, fazer a parte de marketing, filmar e apresentar as notícias relacionadas aos projetos da instituição. O jornal é 100% digital e tem publicação quinzenal.