São apenas 450 ml, volume que corresponde a um pouco mais de uma lata de refrigerante, mas que pode ser suficiente para salvar até quatro vidas. A doação de sangue representa muito na rede de apoio que é construída para ajudar pessoas que precisam de sangue de forma constante, como quem sofre de doença falciforme (doença genética e hereditária causada por uma mudança no gene da hemoglobina) ou quem é vítima de um acidente. O sangue e seus derivados também são estratégicos para a indústria farmacêutica, na produção de medicamentos.
A Hemorrede do Paraná, vinculada à Secretaria da Saúde (Sesa), registrou 202.179 doações, numa média de mais de 16,8 mil doações por mês durante o ano de 2024. Neste ano, até 30 de novembro, foram registradas 197 mil doações, uma média de 17,9 mil doações por mês. Com a chegada de dezembro, período que concentra viagens e festas de fim de ano, a pasta reforça a necessidade de manter o fluxo das doações.
O secretário estadual da Saúde, Beto Preto, reforça a importância da ação como gesto de solidariedade: “A doação é fundamental para o atendimento das pessoas e também para ajudar no desenvolvimento de medicamentos. Por saber dessa importância é que a Sesa investe forte na estrutura para ampliar a capacidade de captação dentro do Paraná”.
No mês de novembro, a Sesa entregou novos equipamentos de alta tecnologia, como cadeiras de coleta e freezers, para o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar), com um investimento de mais de R$ 4,8 milhões. Em Londrina, uma nova estrutura está em fase de finalização e deverá aumentar em 60% a capacidade atual de coleta do Hemocentro/HU. A nova Unidade de Coleta do Centro (UCC) contará com quatro cadeiras de coleta, com capacidade estimada para produzir cerca de 120 bolsas de sangue por dia, o que representa uma projeção mensal superior a mil bolsas. “Estamos pensando no crescimento da coleta para suprir os hospitais, que sempre estão precisando de sangue”, completa Beto Preto.
A estimativa de que apenas uma doação de sangue pode salvar diretamente até quatro vidas, e indiretamente milhares, está relacionada à forma como o sangue é utilizado. Ele é fracionado em quatro hemocomponentes: hemácias, plaquetas, plasma e crioprecipitado. Cada um deles possui funções específicas.
Hemácias: utilizadas para tratar pacientes com anemia, perdas de sangue agudas e outras condições que causam deficiência de oxigênio nos tecidos.
Plaquetas: muito importantes para pessoas em tratamento quimioterápico. Pacientes com câncer, como leucemias e linfomas, são os que mais utilizam plaquetas. Elas também podem prevenir hemorragias e sangramentos em cirurgias.
Plasma: usado para tratar pacientes com deficiências de fatores de coagulação, imunodeficiências, doenças hepáticas e traumas graves. O plasma também é relevante na produção de medicamentos.
Crioprecipitado: empregado no controle de sangramentos em pacientes com deficiência de fatores de coagulação específicos.
Para doar, é necessário ter entre 16 e 69 anos completos. Menores de idade precisam de autorização e da presença do responsável legal. Homens podem doar a cada dois meses, no máximo quatro vezes ao ano. Já as mulheres podem doar a cada três meses, totalizando três doações ao ano. O doador deve pesar no mínimo 51 kg, estar descansado, alimentado e hidratado, além de evitar alimentação gordurosa nas quatro horas que antecedem a doação. É obrigatório apresentar documento oficial com foto, como carteira de identidade, carteira de trabalho, passaporte, carteira do conselho profissional ou carteira nacional de habilitação (CNH).
O sangue doado é reposto rapidamente pelo organismo e não causa nenhum prejuízo à saúde do doador, sendo um ato simples e essencial para salvar vidas.







