Entidade com a missão de preservar direitos humanos na internet, especialmente de crianças e adolescentes, a SaferNet realizará nesta quinta-feira (6), às 19h, a transmissão ao vivo “Famílias Conectadas: tira dúvidas sobre estratégias de supervisão familiar”. O objetivo é orientar pais e responsáveis sobre como acompanhar as crianças e adolescentes no ambiente digital de forma segura, ajudando a identificar comportamentos que possam indicar que estão em risco, expostos a conteúdos inadequados ou interagindo com pessoas de falsa identidade ou possíveis aliciadores.
O evento, promovido em parceria com o Google, contará com especialistas da área. Perguntas poderão ser enviadas ao vivo por meio do chat na página do YouTube onde será feita a transmissão. Entre as ferramentas que serão abordadas está o Family Link, produto do Google que permite aos responsáveis monitorar o tempo de uso da internet, acessar o histórico de navegação e rastrear os deslocamentos físicos das crianças e adolescentes. O aplicativo está disponível para uso em navegadores e dispositivos móveis.
Outro recurso em destaque será o SafeSearch, também do Google, que oferece a possibilidade de filtrar conteúdos sensíveis, como imagens violentas ou de sexo explícito. A SaferNet já havia disponibilizado reflexões anteriores sobre esses temas em atividades online, reforçando a importância da conscientização digital no desenvolvimento infantil.
No final de outubro, o Instituto Liberta lançou um guia para auxiliar crianças a compreenderem o funcionamento do corpo e dos sentimentos, desenvolvendo um senso de autoproteção. O material inclui publicações voltadas a cuidadores e familiares, além de conteúdos específicos para crianças, divididos em três faixas etárias: de 0 a 4 anos, de 5 a 7 anos e de 8 a 10 anos. Vídeos complementares também foram produzidos para acompanhar o guia.
O instituto destaca a relevância de ensinar corretamente os nomes das partes do corpo, o que contribui para a autoproteção e para o desenvolvimento de uma identidade e autoestima saudáveis. Essa abordagem busca normalizar o conhecimento, evitando tabus e promovendo uma perspectiva positiva sobre o próprio corpo. Além disso, o guia sugere que cuidadores não demonstrem nojo ou incômodo ao lidar com funções fisiológicas e partes íntimas, ensinando as crianças a lidar com o corpo de maneira natural.
Os pais e responsáveis são orientados a serem receptivos às perguntas das crianças, sem censurá-las ou repreendê-las, mostrando pelo exemplo respeito e cuidado com o próprio corpo. Artifícios como livros infantis, bonecos e pelúcias são indicados como ferramentas de apoio no processo de aprendizagem.
Cristina Cordeiro, diretora-adjunta do Instituto Liberta, ressalta que ainda existe resistência social em tratar dessas questões. Segundo ela, “ensinar crianças pequenas a reconhecer situações desconfortáveis e a nomear corretamente as partes do corpo reduz o risco de abuso sexual e facilita a revelação de violência sofrida”. Ela acrescenta que o guia é um instrumento de transformação social, demonstrando que abordar o tema com responsabilidade é essencial para proteger os direitos das crianças e adolescentes.







