A primavera com temperaturas atípicas, semelhantes às do inverno, tem impulsionado o aumento de casos respiratórios no Paraná. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa-PR) destaca a importância da prevenção e da vacinação para grupos prioritários, como crianças, gestantes e idosos, contra síndromes respiratórias graves (SRAG). Desde o fim da campanha de vacinação da gripe, em 31 de maio, as doses remanescentes estão disponíveis para toda a população desde 3 de junho.
No boletim epidemiológico mais recente, divulgado nesta quarta-feira (9), a Vigilância da Síndrome Gripal e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) chamou atenção para a vulnerabilidade dos grupos de risco, incluindo menores de 6 anos (5.876 casos) e idosos acima de 60 anos (3.467 casos). Em Curitiba, onde as temperaturas estão abaixo da média para esta época do ano, a preocupação com a saúde respiratória da população é ainda maior.
Segundo o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, a vacinação é uma das principais estratégias para enfrentar os vírus respiratórios. “É fundamental que os grupos prioritários, crianças, gestantes e idosos, mantenham a vacinação em dia. As vacinas estão disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e são a defesa mais eficaz contra as formas graves das síndromes respiratórias. Além da vacinação, reforçamos a importância de manter os cuidados básicos de prevenção, como a higiene das mãos, uso de máscaras em caso de sintomas gripais e isolamento quando necessário”, afirmou.
Até o último boletim, referente à Semana Epidemiológica 36 (10 de setembro), o Paraná registrou uma queda significativa em novos casos, atribuída ao avanço da vacinação. O estado já aplicou 3,5 milhões de doses, alcançando 55,53% de cobertura vacinal nos grupos prioritários, a terceira maior do Brasil. Essa adesão contribuiu para a redução da taxa de detecção do vírus Influenza A, que caiu de 12,47% para 4% em duas semanas.
Desde o início do ano, o Paraná contabilizou 24.649 hospitalizações por SRAG e 1.566 óbitos relacionados à doença. Entre essas mortes, 422 (26,9%) foram causadas pela Influenza, 248 (15,8%) por outros vírus respiratórios e 125 (8%) por Covid-19. A maior parte das mortes (233) ocorreu em adultos com mais de 80 anos. Entre todos os óbitos, 95,6% ocorreram em pessoas com fatores de risco, como idade superior a 60 anos (74,1%) e doenças cardiovasculares crônicas (44,3%).
A Sesa também informou que, dos 853 casos graves de Covid-19 registrados neste ano, 125 evoluíram para óbito, enquanto 659 pacientes foram curados. Outros 23 faleceram por outras causas, e 46 seguem em investigação. A maior prevalência de casos graves foi registrada entre os idosos, com 84,1% dos óbitos ocorrendo em pessoas acima de 60 anos.
Além da vacinação, outras medidas continuam sendo recomendadas para reduzir a circulação de vírus respiratórios, como lavar as mãos frequentemente, utilizar álcool em gel 70% quando não houver acesso a água e sabão, cobrir o nariz e a boca ao tossir ou espirrar e evitar tocar olhos, nariz e boca com as mãos não higienizadas. Também é importante manter os ambientes ventilados, evitar aglomerações e não compartilhar objetos pessoais, como talheres e copos.
Crianças e adultos com sintomas respiratórios devem ser afastados temporariamente de escolas ou locais de trabalho até 24 horas após o fim dos sintomas. Sintomas como febre repentina, mal-estar, dor de garganta, tosse seca, dores musculares, vômitos, diarreia ou rouquidão são sinais de alerta para buscar atendimento médico imediato.