O transporte coletivo de Curitiba está prestes a passar por uma nova transformação, com a promessa de encurtar deslocamentos e oferecer mais eficiência. A nova concessão, atualmente em fase de consulta pública, propõe mudanças estruturais, incluindo a criação de conexões diretas entre bairros, o retorno da linha Circular Centro e testes com transporte sob demanda via aplicativos.
Uma das principais novidades são as linhas diretas entre terminais de diferentes regiões, sem a necessidade de integração no Centro. Confira os novos trajetos anunciados:
– Terminal Tatuquara – Terminal Carmo
– Terminal Pinheirinho – Terminal Centenário
– Terminal Santa Felicidade – Terminal Bairro Alto
– Terminal Portão – Terminal Capão da Imbuia
Essas mudanças buscam reduzir os longos percursos que atualmente desestimulam os usuários do sistema. Segundo o presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs), Ogeny Pedro Maia Neto, o objetivo é tornar o transporte público mais atrativo, especialmente em deslocamentos menores. “O diagnóstico do sistema, que fez parte do processo de modelagem do novo edital, mostrou a necessidade de o transporte coletivo ser mais atrativo em trajetos menores e em novos eixos regionais”, explicou.
Além disso, o Circular Centro, extinto durante a pandemia, deverá retornar para atender a demanda do centro histórico e áreas comerciais. A linha, tradicional pelo uso de ônibus brancos, funcionará em dois sentidos – horário e anti-horário –, facilitando o deslocamento por importantes áreas do Centro.
Outra inovação prevista é a implantação de projetos-piloto de transporte sob demanda. Nesse modelo, veículos serão acionados via aplicativo e os trajetos adaptados à necessidade dos passageiros. O sistema inclui agendamento da viagem, pagamento digital e monitoramento em tempo real, características que o tornam adequado para áreas com menor fluxo de passageiros. O transporte sob demanda será integrado ao sistema convencional, permitindo conexões com outras linhas e ampliando a eficiência do sistema.
Para otimizar o uso dos recursos, o projeto da nova concessão também prevê a revisão de 26 linhas com baixa demanda, que serão ajustadas ou integradas para evitar sobreposições. Outras medidas incluem a ampliação da frota elétrica e a diesel, criação de novos indicadores de qualidade e implementação de integração temporal irrestrita. A proposta tem como meta racionalizar o uso da frota e oferecer uma melhor experiência aos passageiros.
O Sistema Integrado de Mobilidade (Sim) de Curitiba engloba atualmente 309 linhas, 22 terminais, 329 estações-tubo e uma frota de 1.189 ônibus. São transportados, por dia útil, 555 mil passageiros pagantes, somando 6,4 milhões de viagens mensais. Todas as informações sobre o novo modelo de concessão estão disponíveis para consulta online.
A consulta pública para o novo formato de transporte coletivo ficará aberta até 17 de outubro. A população pode participar enviando sugestões, tirando dúvidas e contribuindo com o desenvolvimento do sistema. Uma nova audiência pública será realizada em 15 de outubro, no Salão de Atos do espaço Imap Barigui, com entrada aberta ao público. A primeira audiência, realizada em 1º de outubro, reuniu 200 participantes.
O edital da nova concessão deve ser publicado em novembro, com o leilão agendado para janeiro de 2026 e início da transição previsto para junho do mesmo ano. O contrato terá duração de 15 anos e prevê investimentos de R$ 3,7 bilhões ao longo do período. A disputa será dividida em cinco lotes, abrangendo dois sistemas BRT e três regionais – Norte, Sul e Oeste.
