O delegado Osmar Antonio Dechiche afirmou nesta terça-feira (7) que o jovem morto durante uma operação policial no bairro Parolin, em Curitiba, estava envolvido nos disparos que atingiram o prédio do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) em maio de 2023. De acordo com o delegado, Yago Pires, de 18 anos, era integrante e um dos líderes de uma facção criminosa que comandava o tráfico de drogas no bairro.
“Essa pessoa se trata de um jovem que já tem três passagens por roubo, furto e corrupção de menores. Tem envolvimento inclusive naqueles disparos que alvejaram o prédio do Tribunal Regional Eleitoral e era integrante de uma facção que comercializa drogas no bairro. Tanto é que, em poder dele, foi apreendida uma arma de uso restrito”, declarou Dechiche durante uma coletiva de imprensa.
A Polícia Civil informou que a operação, que contou com a participação de 94 agentes, faz parte de uma investigação em andamento há cinco meses. O trabalho teve início após registros de confrontos entre facções na área, incluindo os tiros que atingiram o prédio do TRE. Na ocasião, dois projéteis atingiram a estrutura, danificando até mesmo o gabinete de uma servidora. Segundo as autoridades, o ataque é resultado de disputas ligadas ao tráfico de drogas na região.
Yago foi morto enquanto a polícia cumpria 12 mandados de busca e apreensão no bairro. A polícia informou que o jovem reagiu à abordagem e atirou contra os agentes. A família, no entanto, contesta essa versão, afirmando que ele estaria dormindo no momento da operação. As forças de segurança relataram ainda que Yago portava uma pistola de uso restrito e era um dos líderes da facção local.
“Lamentavelmente, houve a neutralização de um dos integrantes da facção, pessoa essa bastante familiarizada com o crime. Jovem, com 20 anos de idade, mas com três prisões e três solturas. Ele foi preso por roubo, furto e corrupção de menores. Hoje, estava liderando e integrando a facção, o crime de organização do tráfico de drogas”, afirmou o delegado, discrepando em dois anos da idade registrada pela família e pela imprensa.
O coronel Fávero, representando a Polícia Militar, endossou as declarações e afirmou que Yago tomou a iniciativa de atirar contra os policiais no momento da abordagem. Ele ainda mencionou um vídeo, obtido pela imprensa, que mostra os agentes tentando remover o jovem baleado do local. Segundo o coronel, a intenção era evitar que ele continuasse armado e preservar sua vida.
“No momento da abordagem, ele enfrentou e disparou contra os policiais. Para preservar as vidas dos policiais, houve a reação e a tentativa inclusive de tentar salvar a vida desse menino. Existe um vídeo circulando em que os policiais estão tentando puxar esse menino pra fora. Ele [Yago] está tentando, neste momento, buscar a arma”, explicou o coronel Fávero.