O Ministério da Saúde prorrogou até dezembro a campanha de vacinação contra o HPV, com foco em adolescentes de 15 a 19 anos. A mobilização busca imunizar cerca de 7 milhões de jovens que não receberam a vacina na idade recomendada, de 9 a 14 anos.
Segundo a pasta, a ampliação da estratégia conta com apoio de estados e municípios. Para facilitar o acesso, as doses estão sendo aplicadas em unidades básicas de saúde (UBS) e também em escolas, universidades, ginásios esportivos e shoppings. “A vacina contra o HPV é segura e fundamental na prevenção de cânceres de colo do útero, vulva, pênis, garganta e pescoço. As ações de resgate buscam assegurar que todos os adolescentes e jovens dessa faixa etária sejam imunizados, garantindo um futuro mais saudável para as próximas gerações.”
Dados do Ministério da Saúde apontam que, até o início de novembro, mais de 115 mil adolescentes foram vacinados nessa nova fase. Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo lideram como os estados com maior número de pessoas imunizadas. Em 2024, a cobertura vacinal contra o HPV no Brasil alcançou mais de 82% entre meninas de 9 a 14 anos, um índice superior à média global, que é de 37%. Já entre os meninos dessa faixa etária, a cobertura no país chegou a 67%.
Desde 2022, o Brasil passou a adotar o esquema de dose única para adolescentes de 9 a 14 anos, substituindo o regime anterior de duas doses. Essa mudança, conforme o ministério, segue recomendações internacionais para erradicar o câncer de colo do útero até 2030. Para pessoas imunocomprometidas, como pacientes com HIV/aids, câncer ou que realizaram transplantes, o esquema vacinal permanece com três doses. O mesmo se aplica a pessoas de 15 a 45 anos usuárias de profilaxia pré-exposição (PrEP) e vítimas de violência sexual a partir dos 15 anos.
O HPV (papilomavírus humano) é uma infecção sexualmente transmissível que afeta a pele e as mucosas, sendo a mais comum no mundo. Existem mais de 200 tipos de HPV, com alguns associados a verrugas genitais e outros a tumores malignos, como câncer de colo do útero, ânus, pênis, boca e garganta.
De acordo com o Ministério da Saúde, a vacinação oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é a forma mais eficaz de prevenir o HPV, aliada ao uso de preservativos, que ajudam a reduzir o risco de infecção. A infecção, muitas vezes, é assintomática e pode permanecer latente por meses ou até anos. Em geral, os primeiros sinais aparecem entre dois e oito meses após o contágio, mas podem demorar até 20 anos. Esses sintomas são mais frequentes em gestantes ou pessoas com baixa imunidade. O diagnóstico é feito por exames clínicos e laboratoriais, dependendo do tipo de lesão detectada.