A produção de vacinas da nova fábrica do Tecpar (Instituto de Tecnologia do Paraná), em Maringá, Noroeste do Paraná, eliminará a necessidade de importação de imunizantes. A instituição foi selecionada pelo Ministério da Saúde para se tornar fornecedora de duas vacinas para o Sistema Único de Saúde (SUS), por meio do Programa de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP). O resultado foi divulgado na última sexta-feira, 5, no Diário Oficial da União (DOU). Com a aprovação, o Tecpar será responsável pelo fornecimento de vacinas contra a raiva humana e varicela, em parceria com as empresas Sinovac e Eurofarma.
A PDP é uma política pública que tem como objetivo a transferência de tecnologia de laboratórios privados para laboratórios públicos, permitindo a fabricação nacional de medicamentos estratégicos. O Ministério da Saúde coordena o processo como forma de apoiar a produção nacional de produtos considerados essenciais para o abastecimento do SUS.
Eduardo Marafon, diretor-presidente do Tecpar, celebrou a escolha feita pelo Ministério da Saúde e destacou a importância da decisão: “Com a escolha do Tecpar, o instituto reforça seu papel na área de saúde pública, com o fornecimento de produtos tão importantes para a sociedade brasileira. O Tecpar vai apoiar o país com o fornecimento de produtos estratégicos, que, em um futuro próximo, serão totalmente produzidos no Brasil, garantindo a autossuficiência nacional.”
Para viabilizar a produção das vacinas destinadas ao SUS após o término do processo de transferência de tecnologia, o Tecpar está desenvolvendo um novo câmpus em Maringá. A construção do Parque Tecnológico Industrial da Saúde na cidade já alcançou cerca de 50% de execução e tem conclusão prevista para 2026. Com a conclusão da infraestrutura, será construída uma unidade de produção de vacinas, e as duas vacinas – contra a raiva humana e contra a varicela – começarão a ser fabricadas no local.
O Programa de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) busca ampliar o acesso a medicamentos e demais produtos de saúde estratégicos para o SUS, fortalecendo o Complexo Econômico-Industrial do Brasil. Essas parcerias, realizadas entre instituições públicas e empresas privadas, têm como metas aumentar o acesso da população a itens estratégicos, reduzir a vulnerabilidade do SUS, racionalizar o poder de compra do Estado e estimular o desenvolvimento da rede de produção pública no país.
O desenvolvimento da PDP ocorre em etapas. Após a seleção do projeto, o laboratório público e os parceiros privados iniciam o fornecimento do produto fabricado pelo laboratório farmacêutico privado ao SUS, enquanto é executado o processo de transferência e internalização tecnológica, cuja duração pode chegar a até dez anos. Ao término dessa fase, o Ministério da Saúde avalia o processo de transferência de tecnologia e começa a adquirir os produtos diretamente do laboratório público participante.