Quatro pessoas foram presas nesta quinta-feira, 21, pela Polícia Federal (PF) na região central do Paraná. A ação fez parte da Operação Fág, que visa desarticular uma rede criminosa envolvida na extração, transporte e comercialização ilegal de madeira, especialmente da espécie Araucaria angustifolia, conhecida como Pinheiro-do-Paraná. O crime foi cometido em área de preservação permanente dentro da Terra Indígena Mangueirinha, no sudoeste do estado. Essa reserva está situada entre os municípios de Chopinzinho, Coronel Vivida e Mangueirinha, ao sul do Rio Iguaçu.
As investigações apontam que o grupo criminoso, composto tanto por indígenas quanto por não indígenas, atuava de forma organizada com núcleos especializados, que incluíam liderança, execução, logística e receptação da madeira extraída ilegalmente. A atuação dessa rede criminosa causou sérios danos ambientais e destruição em um dos maiores remanescentes de pinheiro Araucária do Brasil.
A 4ª Vara Federal de Cascavel, no Paraná, expediu um total de 17 mandados judiciais, incluindo cinco de prisão preventiva. Entre os alvos das prisões, estão lideranças indígenas da região. Também foram emitidos mandados de busca e apreensão e de quebra de sigilo bancário, com o objetivo de interromper as atividades ilícitas, preservar provas e punir os responsáveis.
Durante a operação, quatro homens foram detidos e houve um flagrante por posse ilegal de arma de fogo. Veículos, incluindo um caminhão, foram apreendidos. A Operação Fág recebeu esse nome em alusão à palavra “Araucária” na língua indígena Kaingang, reforçando a conexão com a espécie alvo do desmatamento.
A ação envolveu 83 policiais federais distribuídos por diversos municípios da área e contou com o apoio de agentes do IBAMA. Os investigados poderão responder por crimes como organização criminosa, extração ilegal de madeira em área de preservação permanente da União, furto qualificado e receptação qualificada. As penas de todos os crimes combinados podem ultrapassar 20 anos de prisão.
