Não é apenas o sol que pode causar queimaduras; baixas temperaturas também são responsáveis por lesões na pele e nos tecidos subjacentes, especialmente em situações próximas a 0 °C. O congelamento, ou “frostbite”, ocorre devido à formação de cristais de gelo na pele, que danificam as células e os tecidos.
Qualquer pessoa pode ser afetada, mas crianças, idosos e indivíduos com problemas pré-existentes de pele estão mais suscetíveis às complicações. Áreas como dedos das mãos e dos pés, orelhas, bochechas, nariz e queixo, por terem menor fluxo sanguíneo, são as mais vulneráveis.
Conforme a dermatologista Paula Sian, os principais sintomas do congelamento leve incluem dor, dormência, formigamento e pele inicialmente pálida ou avermelhada. “Essas sensações podem ser tratadas com o reaquecimento da área de forma gradual com água morna, porém, em sintomas mais agressivos, o indicado é procurar atendimento médico imediatamente, para evitar lesões irreversíveis”, orienta a médica. Entre os sintomas mais graves estão inchaço, bolhas, descoloração (pele branca, azulada ou avermelhada), endurecimento da área afetada, sensação de picadas e, em casos avançados, danos aos tecidos mais profundos e perda de sensibilidade. A forma leve de congelamento apresenta vermelhidão e coceira, sendo os sinais mais comuns e facilmente tratados.
Assim como ocorre com queimaduras provocadas pelo sol, o congelamento apresenta estágios definidos:
- Frostnip: estágio inicial e leve, caracterizado por dormência, coceira e vermelhidão, que costumam regredir com o reaquecimento adequado.
- Queimadura por congelamento superficial: a pele torna-se pálida, rígida e apresenta formigamento, com chances de formação de bolhas na evolução do quadro.
- Queimadura por congelamento profundo: surgem danos mais severos aos tecidos subjacentes, como músculos e ossos, com risco de necrose, infecção e perda de sensibilidade permanente.
A prevenção contra queimaduras causadas pelo frio é simples e eficiente. Entre as medidas recomendadas estão o uso de roupas adequadas para evitar a exposição das extremidades, a limitação do tempo em ambientes muito frios e ventosos, e a hidratação contínua para garantir uma boa circulação sanguínea. Além disso, evitar o consumo excessivo de álcool e cigarro é essencial, já que ambos dificultam a circulação e aumentam o risco de resfriamento das áreas periféricas do corpo em dias de temperaturas muito baixas.