O programa Praia Acessível, que oferece cadeiras anfíbias para pessoas com mobilidade reduzida ou sem mobilidade, superou o recorde de atendimentos no Verão Maior Paraná 2024/2025. De 28 de dezembro a 29 de janeiro, foram registrados 937 atendimentos, superando os 763 realizados durante toda a temporada anterior. A previsão é que, até o próximo domingo (2), quando terminam as atividades esportivas do Governo do Paraná, o número de atendimentos alcance a marca de mil.
Fruto de uma parceria entre a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social e Família (Sedef) e a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), as cadeiras anfíbias são projetadas para permitir que os usuários entrem no mar com conforto e segurança. Elas são equipadas com cinto, colete e contam com o suporte de profissionais de educação física capacitados. O programa está disponível nas praias de Matinhos, Guaratuba e Pontal do Paraná, além de uma cadeira itinerante. Apenas na última semana com dados consolidados, de 21 a 26 de janeiro, foram registrados 248 atendimentos. A cadeira itinerante foi a mais utilizada nesse período, com 61 atendimentos. No mesmo intervalo, os balneários de Pontal do Paraná atingiram o maior número de utilizações, com 124 no total. Em Matinhos foram 39 atendimentos e em Guaratuba, 24.
De acordo com o diretor de Políticas Públicas para a Família da Sedef, Ronaldo Olmo, o objetivo do projeto é garantir acessibilidade a pessoas com mobilidade reduzida ou sem mobilidade. “Cadeirantes, pessoas com deficiência, não só física, mas motora de qualquer outra forma e pessoas idosas ou com alta sensibilidade. Então não são só para pessoas com deficiência, mas também para outras pessoas que a gente possa dar essa acessibilidade com banho de mar”, explicou. “Cada ano tem aumentado os atendimentos. Temos várias histórias de famílias que voltaram a frequentar o Litoral por conta da cadeira anfíbia. Pessoas que às vezes por acidente ou por algum outro tipo de situação tiveram a mobilidade reduzida ou não conseguem mais andar, e agora, com esse trabalho, volta a família toda e faz com que todos possam ter o lazer e a inclusão”, acrescentou o diretor.
O professor de educação física André Soares, de 36 anos, participa pela segunda vez do Verão Maior Paraná atuando com as cadeiras anfíbias. “O ponto de Shangri-lá é um dos que mais atende aqui em Pontal do Paraná. É excelente poder trabalhar nessa área gratificante, ver a alegria compartilhada com a família, a emoção de entrar no mar pela primeira vez ou depois de anos”, relatou.
Entre os frequentadores assíduos do programa está Carlos Eduardo Kessin, de 14 anos, morador de Quitandinha. Ele e sua família visitam o Litoral do Paraná especialmente devido à disponibilização das cadeiras, algo que já havia utilizado na edição anterior do programa. “É um sentimento muito bom. Eu achei que nunca mais viria para a praia, e essa cadeira foi uma coisa boa, me sinto seguro. Eu participei das brincadeiras do Detran, quebra-cabeça, jogo da memória e cara a cara”, comentou Carlos. Questionado sobre sua atividade favorita, a resposta é rápida: “A praia é mais legal. É muito bom, sensacional.” Após um banho de mar pela manhã, ele já avisa: “De tarde estou aí para mais uns quatro banhos.” Carlos vive com Distrofia Muscular de Duchenne, uma condição degenerativa progressiva que afeta o tecido muscular.
A mãe de Carlos, Andréia Aparecida Kessin, contou que a doença foi diagnosticada quando o filho ainda tinha 7 anos, e há três anos ele passou a depender de uma cadeira de rodas. Andréia enfatizou a importância do programa para a família. “É maravilhoso, não tem palavra para descrever. A gente adora vir aqui porque é acessível, os profissionais são ótimos e ele gosta muito de vir”, disse. “Se não tivesse a cadeira, não tinha nem como entrar na água. Então é maravilhoso para ele e para mim também. Só gratidão”, concluiu.
O serviço de cadeiras anfíbias é gratuito e continuará disponível para os visitantes até 2 de fevereiro, funcionando nos horários das 8h às 12h e das 15h às 19h, em seis pontos fixos e um itinerante.
