O Paraná mantém sua posição de maior produtor de plantas medicinais e aromáticas no Brasil, com a camomila liderando a produção. Em 2023, mais de 2 mil hectares foram dedicados ao cultivo dessa erva no estado. A cidade de Mandirituba, na Região Metropolitana de Curitiba, é destaque nacional, com 850 hectares cultivados e uma colheita de 350 toneladas.

A camomila de Mandirituba se diferencia por apresentar alta concentração de óleo essencial, característica que, segundo especialistas, é favorecida pelo uso contínuo de sementes da mesma área, aprimorando o potencial genético da planta. Laís de Oliveira, extensionista rural do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR), explica que a planta requer horas de frio para o florescimento e níveis reduzidos de umidade relativa, condições comuns na região.

Boa parte da produção é destinada ao consumo alimentício e distribuída por todo o Brasil, com São Paulo sendo o principal destino. Além de sua utilização em chás, a camomila também é usada para fins terapêuticos, fabricação de óleos essenciais e turismo rural.

Aumento da produção e atração turística

O produtor rural Pedro José Ribeiro projeta uma safra superior à do ano passado, graças às condições climáticas favoráveis. Segundo ele, o frio contribuiu para que os ramos produzissem mais flores, e de maior tamanho. A colheita começou em abril, e Pedro espera realizar até três safras em 2024.

Ribeiro também destaca a lucratividade da venda da camomila desidratada em relação à fresca. As flores, que possuem maior valor comercial, são separadas dos galhos e demais sobras, que formam a “camomila mista”, usada em sachês.

Além da importância econômica, as plantações atraem turistas, encantados com a beleza das lavouras. A propriedade de Pedro Ribeiro está incluída em uma das rotas de caminhadas na natureza, que leva visitantes a admirar as paisagens floridas.

Foto: Ari Dias/AEN.